As cinco raças de gado que fazem o Brasil abater 38 milhões de cabeças por ano e dominar o mercado global de carne bovina com genética tropical

As cinco raças de gado que fazem o Brasil abater 38 milhões de cabeças por ano e dominar o mercado global de carne bovina com genética tropical

  • 02/07/2025 09:11
  • Redação/Assessoria

Com mais de 38 milhões de cabeças abatidas em 2024, o Brasil se mantém entre os maiores produtores de carne do mundo graças à força genética e adaptativa de suas principais raças de gado de corte

 

No Brasil, país com um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, a diversidade de raças de gado de corte é um dos pilares da produtividade no campo. Espalhadas por todas as regiões, essas raças foram selecionadas por sua adaptabilidade ao clima tropical e eficiência na conversão de pasto em carne de qualidade, consolidando a criação de gado como parte estratégica do agronegócio nacional.

 

Predominância tropical: Nelore lidera a produção bovina no Brasil

A raça Nelore, originária da Índia e adaptada ao Brasil desde o século XVIII, é hoje a mais prevalente no país, representando mais de 80% do rebanho, segundo dados da revista EXAME. Sua resistência ao calor, rusticidade e capacidade reprodutiva explicam sua ampla aceitação nas fazendas de gado de corte em todo o território nacional.

Gado Texas Longhorn com chifres grandes em paisagem rural do Texas durante o pôr do sol, representando a força do agronegócio americano

Essas características tornam o Nelore essencial para a pecuária extensiva, em especial no Centro-Oeste e Norte, onde o manejo depende de grandes pastagens e pouca intervenção humana. Além disso, sua carne, magra e de sabor marcante, é bem aceita no mercado interno e em países importadores.

Graças à sua versatilidade genética, o Nelore também é amplamente utilizado em programas de cruzamento, contribuindo para o melhoramento de outras raças e elevando o padrão da produção pecuária brasileira.

 

Angus e Brahman: genética britânica e força zebuína em sintonia com o campo

Outra raça de destaque é o Angus, de origem escocesa. Introduzido no Brasil no século XX, o Angus se popularizou especialmente no Sul e Sudeste. Sua principal vantagem é a qualidade da carne, com alto nível de marmoreio, maciez e suculência, características muito valorizadas em cortes premium e na exportação.

O Angus se adaptou bem aos climas temperados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, mas também vem sendo incorporado em sistemas de cruzamento industrial em estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, ampliando sua presença no agronegócio brasileiro.

Já o Brahman, originário dos Estados Unidos e descendente de zebus indianos, se destaca pela resistência a ambientes tropicais extremos. No Brasil desde a década de 1930, é muito comum nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, onde suporta bem o calor e os parasitas, atributos valorizados por criadores que buscam produtividade com baixo custo sanitário.

 

Raças adaptativas ganham espaço com o avanço do clima tropical

Entre as raças em ascensão nas fazendas brasileiras, destaca-se o Senepol, desenvolvido no Caribe a partir de cruzamentos entre bovinos africanos e europeus. Trazido ao Brasil nas décadas finais do século XX, o Senepol ganhou espaço em estados como Goiás, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.

Sua resistência ao calor, facilidade de parto e boa conversão alimentar o tornaram uma opção promissora para a produção de carne em sistemas semi-intensivos e extensivos. Além disso, a carne do Senepol é reconhecida por sua maciez e sabor, o que aumenta sua aceitação no mercado gourmet.

Outra raça adaptada a ambientes áridos é o Sindi, oriundo do Paquistão e presente no Brasil desde a década de 1950. Utilizado principalmente no semiárido nordestino, o Sindi se mostra eficaz na reprodução, longevidade e sobrevivência em áreas com escassez de água e alimentação.

 

Raças de gado de corte impulsionam o Brasil à liderança global na pecuária

A diversidade genética das raças de gado no Brasil é um fator-chave para a sustentabilidade da produção pecuária em diferentes biomas, como Cerrado, Caatinga e Amazônia. Essa pluralidade permite o uso de estratégias específicas para cada ambiente, maximizando o desempenho e a qualidade dos rebanhos.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, em 2024, o país abateu cerca de 38 milhões de cabeças de gado. Esse volume confirma a posição de destaque do Brasil como um dos principais exportadores de carne bovina do mundo.

O uso estratégico das raças Nelore, Angus, Brahman, Senepol e Sindi exemplifica o comprometimento dos produtores rurais com a eficiência, a genética e a resiliência frente aos desafios ambientais e de mercado.

  • Fonte: cpg
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