Feirantes de Vera recebem novas barracas em estrutura revitalizada da Feira do Produtor
- 13/07/2025 18:20
- Redação/Assessoria
No Brasil, país com um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, a diversidade de raças de gado de corte é um dos pilares da produtividade no campo. Espalhadas por todas as regiões, essas raças foram selecionadas por sua adaptabilidade ao clima tropical e eficiência na conversão de pasto em carne de qualidade, consolidando a criação de gado como parte estratégica do agronegócio nacional.
A raça Nelore, originária da Índia e adaptada ao Brasil desde o século XVIII, é hoje a mais prevalente no país, representando mais de 80% do rebanho, segundo dados da revista EXAME. Sua resistência ao calor, rusticidade e capacidade reprodutiva explicam sua ampla aceitação nas fazendas de gado de corte em todo o território nacional.
Essas características tornam o Nelore essencial para a pecuária extensiva, em especial no Centro-Oeste e Norte, onde o manejo depende de grandes pastagens e pouca intervenção humana. Além disso, sua carne, magra e de sabor marcante, é bem aceita no mercado interno e em países importadores.
Graças à sua versatilidade genética, o Nelore também é amplamente utilizado em programas de cruzamento, contribuindo para o melhoramento de outras raças e elevando o padrão da produção pecuária brasileira.
Outra raça de destaque é o Angus, de origem escocesa. Introduzido no Brasil no século XX, o Angus se popularizou especialmente no Sul e Sudeste. Sua principal vantagem é a qualidade da carne, com alto nível de marmoreio, maciez e suculência, características muito valorizadas em cortes premium e na exportação.
O Angus se adaptou bem aos climas temperados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, mas também vem sendo incorporado em sistemas de cruzamento industrial em estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, ampliando sua presença no agronegócio brasileiro.
Já o Brahman, originário dos Estados Unidos e descendente de zebus indianos, se destaca pela resistência a ambientes tropicais extremos. No Brasil desde a década de 1930, é muito comum nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, onde suporta bem o calor e os parasitas, atributos valorizados por criadores que buscam produtividade com baixo custo sanitário.
Entre as raças em ascensão nas fazendas brasileiras, destaca-se o Senepol, desenvolvido no Caribe a partir de cruzamentos entre bovinos africanos e europeus. Trazido ao Brasil nas décadas finais do século XX, o Senepol ganhou espaço em estados como Goiás, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.
Sua resistência ao calor, facilidade de parto e boa conversão alimentar o tornaram uma opção promissora para a produção de carne em sistemas semi-intensivos e extensivos. Além disso, a carne do Senepol é reconhecida por sua maciez e sabor, o que aumenta sua aceitação no mercado gourmet.
Outra raça adaptada a ambientes áridos é o Sindi, oriundo do Paquistão e presente no Brasil desde a década de 1950. Utilizado principalmente no semiárido nordestino, o Sindi se mostra eficaz na reprodução, longevidade e sobrevivência em áreas com escassez de água e alimentação.
A diversidade genética das raças de gado no Brasil é um fator-chave para a sustentabilidade da produção pecuária em diferentes biomas, como Cerrado, Caatinga e Amazônia. Essa pluralidade permite o uso de estratégias específicas para cada ambiente, maximizando o desempenho e a qualidade dos rebanhos.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, em 2024, o país abateu cerca de 38 milhões de cabeças de gado. Esse volume confirma a posição de destaque do Brasil como um dos principais exportadores de carne bovina do mundo.
O uso estratégico das raças Nelore, Angus, Brahman, Senepol e Sindi exemplifica o comprometimento dos produtores rurais com a eficiência, a genética e a resiliência frente aos desafios ambientais e de mercado.