Um poema dedicado pelo autor a todos os Verenses por Paulo Sérgio de Araújo

• 12/05/2025 10:10
• Redação/Assessoria

Vera em mim.

Quando te encontrei naquela tarde ensolarada e domingueira de outubro, eu não sabia nada de você;

Meio assustado me arranjei na casa do professor, gente de todo lado, de toda a raça e de toda cor;

Foi uma noite de perguntas sem respostas, e uma manhã sem sol;

Começar vida nova, eu que já havia começado tantas vezes, me peguei assim querendo desistir;

Naquela noite fui a Capela sem vontade de rezar, queria encontrar algo onde pudesse me encontrar;

E foi ali olhando as peças rachadas da Via Sacra, que fui sendo achado por Padre Antonio;

Voltei outras vezes, entrei ao fundo na Ceia Eucarística, e me embebedei de vinho;

Comecei a ouvir tua gente, ouvi Quitéria, Leônilda, ouvi Luzia, Luizas e Marias, vi Raimundo que era Nono, e até senti vontade de cartear com Padre Antonio na casa do Zé Barbudo;

Tive Cesão nas mãos de Irmã Adelis, rezei ouvindo o Coral do Albino, joguei no time do Pico, o famoso seca litro, no Estádio Vitorio Moro;

Fui me alfabetizando em Tereza Zoboli, continha com Elza Petri, pedrinhas de rosário com Lilian e Claré Machado, chimarrão com João Fioravanso;

Suas portas foram se abrindo pra mim, e ainda meio receoso fui me perdendo em Você, era como se esta cidade que eu não conhecia já existisse em mim;

Já não me sentia mais retirante, eu era sim um menino correndo a ti procurar, não estava só, fui encontrando outros, sim os outros que eu ainda não era, mas precisava ser;

Vera, foste por um tempo minha amante as pressas, até que me roubaste o coração na esquina da rua Montevidéu com a Chile;

Nunca mais foste embora de mim, fui irrigado pelas águas calmas do Cajaby, e rezado nas novenas de São Judas Tadeu;

Paulinho é Funcionário Público Estadual

• Fonte: redação

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