Assassino do servidor da Ciretran de Vera Alfredo Krause é condenado a mais de 17 anos de prisão
- 21/05/2025 08:43
- Redação/Assessoria
A operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) contra fraudes no Instituto Nascional de Seguro Social apreendeu nesta quarta-feira (23) diversos itens de valor, entre eles dinheiro em espécie e carros de luxo, como uma Ferrari
Também estão entre os itens apreendidos:
Ao menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos em benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, segundo as estimativas.
As apreensões ocorreram em diferentes estados, entre eles São Paulo, Paraná e Ceará. Os mandados de busca, apreensão e de prisão foram realizados em 13 estados e no Distrito Federal.
Durante a operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, demitido do cargo.
Além dele, outros cinco servidores públicos foram alvo de medidas judiciais e outras seis pessoas foram presas até a última atualização desta reportagem.
Segundo a Polícia Federal, os valores totais e a quantidade exata ainda estão em levantamento. Abaixo, você confere fotos de alguns itens apreendidos:
Esses dois carros de luxo foram apreendidos na operação realizada no Ceará.
Carro de luxo apreendido pela PF — Foto: Polícia Federal
Carro de luxo apreendido pela PF — Foto: Polícia Federal
Essa quantia foi apreendida durante a operação em São Paulo.
Dinheiro em espécie apreendido em operação da Polícia Federal. — Foto: Polícia Federal
Esses quadros foram apreendidos na operação realizada em São Paulo.
Quadro apreendido pela Polícia Federal — Foto: Polícia Federal
Quadro apreendido pela Polícia Federal — Foto: Polícia Federal
Quadro apreendido pela Polícia Federal — Foto: Polícia Federal
Essas joias foram apreendidas na operação de São Paulo. Também foi encontrado dinheiro em espécie, em real e moeda estrangeira.
Joias e dinheiro apreendidos em operação da Polícia Federal. — Foto: Polícia Federal
Esses primeiros relógios foram apreendidos na operação de São Paulo.
Relógios apreendidos em operação da PF — Foto: Polícia Federal
Relógios apreendidos em operação da PF — Foto: Polícia Federal
Essa caixa de relógio foi apreendida na operação do Paraná.
Relógios apreendidos em operação da PF — Foto: Polícia Federal
Durante entrevista na quarta (23), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, comentou sobre as apreensões de bens dos investigados.
“Cito o exemplo de um único alvo onde foram apreendidos vários carros, Ferrari, Rolls-Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões. Em um único alvo”, destacou Rodrigues.
“Isso por si só aponta a gravidade daquilo que estamos falando e o tiro certo que demos nessa investigação”, avaliou o diretor-geral da PF.
Rodrigues afirmou ainda que a investigação já permitiu à PF identificar “alguns operadores financeiros e algumas pessoas jurídicas e físicas destinatárias dos valores” desviados com a fraude.
Segundo as investigações, na prática, as associações ofereciam serviços como desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrututa para tal.
Dessa forma, cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
Em muitos dos casos, as associações falsificavam a assinatura dos beneficiários do INSS.
Stefanutto, o presidente demitido do INSS, é servidor de carreira desde 2000 e, até pouco tempo, era filiado ao PSB. Atualmente, está filiado ao PDT, de Carlos Lupi, responsável por sua indicação ao cargo.
Os outros cinco afastados cautelarmente pela Justiça foram:
A operação desta quarta cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios.
Cinco pessoas foram presas na quarta pela manhã e uma estava foragida, mas, segundo interlocutores, ela foi presa na noite do mesmo dia.
Todos investigados são de entidades associativas de Sergipe.
Há também ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foram apreendidos carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo.
Operação da Polícia Federal em vários estados brasileiros contra fraudes no INSS. — Foto: Polícia Federal
As irregularidades estão relacionadas a mensalidades cobradas por associações sobre os benefícios do INSS. Os descontos eram feitos como se os beneficiários tivessem concordado em se associar, o que não aconteceu.
Segundo o ministro da CGU, essas entidades supostamente prestavam serviços como assistência jurídica e ofereciam descontos em academias e planos de saúde.
As apurações mostraram que "as entidades não tinham estrutura operacional para prestar o serviço que era oferecido", explicou Carvalho.
Além dos casos em que houve falsificação de assinaturas, 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregado ao INSS a documentação completa para fazer os descontos nos benefícios.
As associações formalizam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS para realizar descontos mensais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Mas, para isso, precisam de autorização expressa dos beneficiários do INSS.
No entanto, a investigação verificou a ausência de verificação rigorosa dessas autorizações e a possibilidade de falsificação de documentos de filiação e autorização.
Uma das entidades é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), que tem como vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.
Em nota, o Sindnapi afirmou que apoia as investigações contra descontos indevidos e que "é uma entidade séria, transparente e responsável."
"Atuamos sempre com autorizações formais, em conformidade com as normas do INSS", conclui a manifestação.
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Segundo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.
Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.
Veja o passo a passo:
O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135.
Confira o passo a passo para excluir a cobrança:
Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:
O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.
Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite.
Além disso, o segurado pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.
O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores.
Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal Consumidor.Gov e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR.